sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sobre o dèjavú

Uma vez seu Ouvidor escutou uma música incomum. Desse dia em diante ela insistia em tocar em sua cabeça. Ele a ouvia com uma interrogação, não conseguia identificá-la, mas reconhecia uma intimidade com aqueles acordes. Aquelas ondas, que entraram em sua mente de modo a reproduzi-las repetidamente, forçando a memória, inquietando seu Ouvidor, traziam a quem ouvia (ele mesmo e somente ele) uma sensação sublime e nostálgica de um momento belo de sua vida. Podia ser um, podiam ser vários. Prazer misturado com alegria, felicidade e todos esses sentimentos intitulados bons. Seu Ouvidor parou de se azucrinar pra saber qual era o nome da música, de quem era ou onde a escutara e passou a só ouvi-la... e contemplá-la, apenas sentindo o gosto bom do passado.